Já é uma aula apenas o texto de divulgação deste curso, ministrado pelo excelente professor Paulo Guedes. Quem nunca teve aula com o Paulo não pode perder.
AUTORIA: PARA APRENDER A ENSINAR-SE A ESCREVER
AUTORIA quer formar AUTORES: AUTOR é quem está mais interessado em conhecer do que em registrar o que já conhece; escrever para o AUTOR é apropriar-se de um conhecimento que está sendo produzido no próprio processo de escrever. AUTOR é quem, em vez de impor um conteúdo ao texto que está escrevendo, dialoga com o texto que está escrevendo: interroga-o a respeito do que ainda não descobriram juntos, do que não ficou esclarecido e que ainda precisa ser escrito. AUTOR é quem - em vez de impor uma fôrma ao texto que está escrevendo - consulta-o a respeito da melhor maneira de organizar o que estão, juntos, tentando dizer para o leitor. AUTOR é quem, a cada texto que escreve, ensina-se a escrever o texto que está escrevendo.
Aprender a escrever é desenvolver o domínio dos recursos expressivos da língua escrita para escrevermos o que a gente precisa escrever. E o que a gente precisa escrever é a peculiar e pessoalíssima leitura que cada um de nós faz do mundo e dos livros. Escrever a leitura que fazemos do mundo e dos livros não é nem um dom divino, nem um talento especial, nem um privilégio genético. É uma habilidade ao alcance de todos os que dispuserem a desenvolvê-la. A história da escrita nada mais é do que a história da democratização do uso da escrita.
Para escrever a leitura que fazemos do mundo e dos livros é preciso dialogar insubmissa e construtivamente com o mundo, e o mundo é o outro, o mundo é o leitor. O mundo é a linguagem com que fomos desde sempre interpretados pelo outro, com que interpretamos o outro e com que nos interpretamos. Para escrever a leitura que fazemos do mundo e dos livros é preciso dialogar com os livros, e os livros são os outros, são a cultura, são a língua que inventamos para botar por escrito a língua em que falamos o mundo.
Escrever é uma habilidade que, como qualquer outra habilidade, desenvolve-se com a prática e com a reflexão sobre essa prática; assim sendo, escrever, ler, ser lido, discutir os próprios textos e outros textos produzidos a respeito dos mesmos temas, reescrever essas versões iniciais a partir dos palpites desses leitores - os colegas e o professor - são as atividades básicas do curso AUTORIA.
Quem vai dar o curso é Paulo Coimbra Guedes, professor aposentado do Instituto de Letras da UFRGS, onde o que mais fez foi ensinar a escrever no Curso de Comunicação Social e no de Letras, onde também ensinou a ensinar a escrever. É autor, entre outras coisas, de um romance chamado Tratado geral da reunião dançante e de um manual de redação chamado Da redação escolar ao texto.
As aulas vão ser dadas nas quintas-feiras - uma turma à tarde das 14:00h às 17:00h e outra à noite das 19:00h às 22:00h - no Centro de Meditação e Bioenergética Namastê, que fica na Rua da República, nº 528. O investimento é de R$ 500,00 em uma parcela ou em quatro parcelas mensais de R$ 140,00. Maiores informações pelo email pcguedes arroba click21.com.br ou pelo telefone (51) 8179 0415.
segunda-feira, julho 31, 2006
domingo, julho 30, 2006
[ belle & sebastian ]
Tenho escutado poucos artistas novos interessantes. A maioria das novas bandas está se repetindo ou repetindo o que outros já fizeram. Quando descobri o Wilco senti que ainda havia uma alternativa. Mas desde então não encontrei mais nada que despertasse meu interesse e que merecesse meu dinheiro. Eis que o Belle & Sebastian lança um novo álbum. Sempre gostei dessa banda inglesa, mas parei de escutá-la com regularidade. The Life Pursuit é um disco muito diferente dos anteriores da banda. Estão ali as baladas tranqüilas que fizeram o sucesso desses ingleses, mas também uma série de canções que são completamente distintas de tudo que eles fizeram e de tudo que está tocando por aí. Há flertes com o blues, com o pop tradicional, mas também uma série de experimentações que só quem tem ouvido fino conseguiria executar. Destaco Funny Little Frog, Act Of The Apostle Part 1 e Act Of The Apostle Part 2 e o super rock The Blues are Still Blue. Ainda bem que existe Belle & Sebastian... Vocês também podem conferir a rádio do selo deles, no link Jeepster Radio. Sejam felizes!
quinta-feira, julho 27, 2006
[ poa em cena ]
O site do Porto Alegre em Cena já está com a programação deste ano! Tenho a impressão de que essa lista ainda pode ser alterada, mas já temos várias boas opções para conferir.
Em primeiro lugar, destaco a montagem do Celso Frateschi para o Ricardo III, de William Shakespeare. Depois, Thon Pain Lady Grey, do Felipe Hirsch, diretor elogiadíssimo pela adaptação de Alta Fidelidade, do Nick Hornby. Mais: Leitor por Horas, direção de Christiane Jatahy, A Gota D’Água - Breviário, direção e roteiro de Heron Coelho e Georgette Fadel para a peça do Paulo Pontes e do sempre excelente Chico Buarque, e Daqui a Duzentos Anos, textos de Anton Tchekhov com direção de Marcio de Abreu e que tem no elenco o grande Luís Melo.
(Por enquanto, nada do Dinheiro Grátis, do multimídia Michel Melamed. Mas de repente estão trabalhando nisso. Depois eu comento essa peça que tive a oportunidade de assistir no Rio.)
O Em Cena rola entre 5 e 17 de setembro. Nos vemos nas peças e no ponto de encontro.
Em primeiro lugar, destaco a montagem do Celso Frateschi para o Ricardo III, de William Shakespeare. Depois, Thon Pain Lady Grey, do Felipe Hirsch, diretor elogiadíssimo pela adaptação de Alta Fidelidade, do Nick Hornby. Mais: Leitor por Horas, direção de Christiane Jatahy, A Gota D’Água - Breviário, direção e roteiro de Heron Coelho e Georgette Fadel para a peça do Paulo Pontes e do sempre excelente Chico Buarque, e Daqui a Duzentos Anos, textos de Anton Tchekhov com direção de Marcio de Abreu e que tem no elenco o grande Luís Melo.
(Por enquanto, nada do Dinheiro Grátis, do multimídia Michel Melamed. Mas de repente estão trabalhando nisso. Depois eu comento essa peça que tive a oportunidade de assistir no Rio.)
O Em Cena rola entre 5 e 17 de setembro. Nos vemos nas peças e no ponto de encontro.
[ tradicionalismo II ]
Tradicionalismo - Paranaenses seguem norma
O Paraná é um estado mais tradicionalista do que o próprio Rio Grande do Sul. Essa é ótima...
O Paraná é um estado mais tradicionalista do que o próprio Rio Grande do Sul. Essa é ótima...
[ tradicionalismo ]
Tradicionalismo - MTG aperta o cerco contra a Tchê Music - manchete da Zero Hora.
Os meus alunos do ano passado me acusavam de ser paulista, porque eu reclamava que os CTGs (Centros de Tradições Gauchescas) eram instituições que, na realidade, exploravam as tradições gauchescas, ao invés de preservá-las. Isso tem ficado cada vez mais claro pra mim.
Esse movimento dos CTGs começou na década de 1940. Hoje, existem quase 1500 CTGs no Rio Grande do Sul e muitos outros espalhados pelo mundo (outro dia um amigo me deu a notícia de um situado no Japão). Para aqueles que acham que o RS é o melhor estado do Brasil e que Porto Alegre é a melhor cidade do mundo, isso é muito bom, mas só comprova que essas pessoas viajaram pouco.
No fundo, quem comanda os CTGs são pessoas que não tiveram contato com a cultura gaúcha, pelo menos não como afirmam. O patrão do CTG 35, famosa churrascaria e casa de shows da capital (ao lado do Bourbon Ipiranga), nasceu no Partenon, um dos bairros mais urbanos de Porto Alegre. Pergunta pra ele se ele sabe domar um potro...
Eu gosto muito das tradições gauchescas, mas não preciso ficar exaltando isso como se fosse a última maravilha do mundo. Adoro churrasco, adoro chimarrão, gosto de algumas músicas do cancioneiro gaúcho e considero a literatura gaúcha fundamental para a compreensão do regionalismo literário brasileiro.
A verdade é que o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) está lutando contra algo que eles também praticam. A Tchê Music explora as tradições gauchescas da mesma maneira que os CTGs. Ambos são movimentos culturais idealizados para turistas. Enquanto ninguém der um basta nesse pitoresco, continuaremos sendo caricarutas de nós mesmos e continuarão a nos retratar de maneira exótica no cinema e na televisão. A respeito disso, sugiro conferir o excelente ensaio do Vitor Ramil, A Estética do Frio.
Os meus alunos do ano passado me acusavam de ser paulista, porque eu reclamava que os CTGs (Centros de Tradições Gauchescas) eram instituições que, na realidade, exploravam as tradições gauchescas, ao invés de preservá-las. Isso tem ficado cada vez mais claro pra mim.
Esse movimento dos CTGs começou na década de 1940. Hoje, existem quase 1500 CTGs no Rio Grande do Sul e muitos outros espalhados pelo mundo (outro dia um amigo me deu a notícia de um situado no Japão). Para aqueles que acham que o RS é o melhor estado do Brasil e que Porto Alegre é a melhor cidade do mundo, isso é muito bom, mas só comprova que essas pessoas viajaram pouco.
No fundo, quem comanda os CTGs são pessoas que não tiveram contato com a cultura gaúcha, pelo menos não como afirmam. O patrão do CTG 35, famosa churrascaria e casa de shows da capital (ao lado do Bourbon Ipiranga), nasceu no Partenon, um dos bairros mais urbanos de Porto Alegre. Pergunta pra ele se ele sabe domar um potro...
Eu gosto muito das tradições gauchescas, mas não preciso ficar exaltando isso como se fosse a última maravilha do mundo. Adoro churrasco, adoro chimarrão, gosto de algumas músicas do cancioneiro gaúcho e considero a literatura gaúcha fundamental para a compreensão do regionalismo literário brasileiro.
A verdade é que o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) está lutando contra algo que eles também praticam. A Tchê Music explora as tradições gauchescas da mesma maneira que os CTGs. Ambos são movimentos culturais idealizados para turistas. Enquanto ninguém der um basta nesse pitoresco, continuaremos sendo caricarutas de nós mesmos e continuarão a nos retratar de maneira exótica no cinema e na televisão. A respeito disso, sugiro conferir o excelente ensaio do Vitor Ramil, A Estética do Frio.
segunda-feira, julho 24, 2006
[ guerra ]
Para compreender melhor o conflito no Líbano: Paradise Now.
Tudo tem um início e um sentido: nada é gratuito. Assistam (disponível em dvd).
Tudo tem um início e um sentido: nada é gratuito. Assistam (disponível em dvd).
sábado, julho 22, 2006
[ o retorno ]
Durante alguns anos fiquei recluso dos blogs. Estava cansado, sentia que era tudo uma perda de tempo e abandonei definitivamente esse universo. Nos últimos meses, senti uma certa necessidade de voltar a escrever sem preocupações algo que me desse prazer. Além de querer expor algumas reflexões sobre livros, filmes, bandas e peças teatrais, sinto vontade de pensar a educação.
Manter um blog é uma questão de objetivos. Não faz sentido ter uma ferramenta como essa só porque está na moda ou pra agradar os amigos. Mas não vou ficar elencando os meus objetivos. Cada um que cuide dos seus.
Escrever é uma forma de se conhecer, de tentar compreender o que se pensa, de tentar organizar as idéias. Não é verdade que não escreve bem quem pensa de forma desorganizada. Então, sejam bem vindos à minha desorganização mental...
Manter um blog é uma questão de objetivos. Não faz sentido ter uma ferramenta como essa só porque está na moda ou pra agradar os amigos. Mas não vou ficar elencando os meus objetivos. Cada um que cuide dos seus.
Escrever é uma forma de se conhecer, de tentar compreender o que se pensa, de tentar organizar as idéias. Não é verdade que não escreve bem quem pensa de forma desorganizada. Então, sejam bem vindos à minha desorganização mental...
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